Ao invés de acertarem estratégias sobre aquilo que é estruturante e essencial para o distrito os politicos do burgo optam por cenas destas! Não beneficiam quem as diz, quem as ouve e muito menos os eleitos que lhes deviam merecer mais respeito. (...) A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse. A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; (..) em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio.
Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora (1867)