Politiquices e faltas de educação à parte, mas de facto, esta pergunta já vem do (des)Governo do Guterres se bem se recordam, que em 2000 para as TV´s afirmava que "os cargos de Governador Civil eram inúteis e tendiam a extinguir-se a curto prazo"! A pergunta impôe-se pois, e merece reflexão! Os Governos Civis, que não só o do burgo, diga-se em abono da verdade, hoje estão vazios de tarefas e de competências pois, grande parte delas foram descentralizadas. Ora atentem nas suas competências: - Exercer as funções de representação do Governo na área do Distrito - isto traduz-se em estar presente em inaugurações e afins, certo?
- Colaborar na divulgação das políticas sectoriais do Governo, designadamente, através de acções de informação e formação, diligenciando melhor a sua implementação - isto significa rigorosamente nada. A comunicação social faz isso bem melhor.
- Prestar ao membro do Governo competente em razão da matéria informação periódica e sistematizada por áreas sobre assuntos de interesse para o distrito, nomeadamente nas áreas da protecção civil, segurança interna, policiamento de proximidade, questões económico-sociais e investimentos a realizar no distrito - também aqui isto significa zero. A Protecção Civil tem a sua cadeia própria e depende do ministério da administração interna e o mesmo se passa com a segurança e policiamento. Os aspectos económico-sociais e investimentos estão ligados às câmaras municipais.
- Preparar informação relativamente aos requerimentos, exposições e petições que lhe sejam entregues para envio aos membros do Governo ou outros órgãos de decisão - aqui o governo civil faz de caixa de correio e não tem capacidade de decisão.
- Atribuir financiamento a associações no âmbito do distrito - O dinheiro para esse "oferta aos amigos" vem todo dos nossos impostos.
- Desenvolver todas as diligências necessárias e convenientes a uma adequada cooperação entre os serviços públicos desconcentrados, de acordo com as orientações dos respectivos membros do Governo, e entre aqueles e outros órgãos administrativos localizados na circunscrição distrital - isto para ser franca nem sei o que é mas deve ser coisa importante e que como tal justifica um organograma de "tachos".
Henrique Monteiro, no EXPRESSO, sobre este tema escrevia que "(…) os Governos Civis são inúteis para o país, mas de uma utilidade extrema para os caciques locais. (...) Há quem diga que isto é levar a administração mais perto das pessoas. Falso! Isto é levar os amesentados do Estado mais perto dos líderes intermédios dos partidos.(...) Este é, pois, um teste para José Sócrates e o seu Governo. Vai ou não ceder aos seus líderes regionais? Vai ou não fazer-lhes a vontade? O país agradecer-lhes-á, e durante muito tempo, se os meter na ordem. Se lhes tirar os poderzinhos que sempre tiveram e se os aconselhar a viver como todos nós, simples cidadãos: a trabalhar e a fazer pela vida."